ÁGUAS
O Circuito da águas do Brasil
Afonso Fonseca, psicólogo.
Este não é um ensaio especializado. É um ensaio escrito por um leigo. Com impressões de um leigo.
O circuito das águas do Brasil parece ter duas fontes monumentais e telúricas.
O Oceano Atlântico, auxiliado pelos ventos alísios; e os paredões dos Andes; mediado pela floresta amazônica.
E o degelo sagrado das neves dos Andes, igualmente mediado pela floresta amazônica.
A floresta suga água do Atlântico, sob a forma de vapor. Vapor que chega até os Andes, de Leste a Oeste. choca-se com os paredões. E cai sob a forma de chuva.
E, depois de alimentar a floresta, novamente evapora, e vai, com as águas da Amazônia evaporadas, constituir os Rios Voadores. Volumes imensos de água que, sob a forma de vapor, fluem de Norte, para o Sul do Brasil. E vão contribuir com o regime de chuvas do Centro do Brasil, do Sul, e do Centro-Sul.
A água flui, descendo de Norte para Sul, pelos fantásticos rios voadores da Amazônia.
A água, também flui, subterrânea de Norte para Sul.
Subterrânea, percorrendo, sob a terra, paralela aos rios voadores.
Pontos chave deste trajeto subterrâneo das águas: a Floresta Amazônica, naturalmente; as águas subterrâneas da Chapada das Mesas, em Carolina, no Maranhão; o Jalapão, no tocantins. E, o grande tributário, o Aquífero Guaraní.
Vale observar, que as águas percorrem um caminho milenar, do Mar ancestral do Brasil Central. Que ia do Amazonas ao Rio da Prata. Ocupando o interior do Brasil Central. Com a elevação dos Andes, as águas desse mar monumentalmente fluíram para o Atlântico.
Depois de chegar ao Centro do Brasil, com tanto oceano Atlântico litorâneo, ela se reparte e flui para todo lado, pelas principais bacias.
É como se houvesse um declive no sentido Setentrional-Meridional do Brasil. E Oeste-Leste. Oeste-noroeste.
Como se as águas fossem fluindo, por gravidade, até o Jalapão, no Tocantins.
Aí, elas esborram.
E constituem as principais bacias de superfície do Brasil.
A do Tocantins, que flui para o Norte, a do São Francisco, que vai pro Nordeste; a do Rio da Prata, que vai para o Sul; a do Parnaíba, que vai pro Norte, também.
Essas bacias nascem no Jalapão.
Generosas, as águas, ainda sobram para continuar o seu caminho descendente.
E vão compor as águas do Aquífero Guarani, o maior aquífero de água doce do mundo. Que se estende por terras do Sul, Centro Sul, e Centro-Oeste do Brasil. Atingindo terras subterrâneas argentinas, paraguayas e uruguayas.
Seria interessante estudos sobre as possíveis correlações entre as águas da Amazônia, da Chapada das Mesas, do Jalapão, e do Aquífero Guarani.
Daí, elas vão para o Atlântico. E, quem sabe um dia, voltarão a sua aventura amazônica.
Não dá para acreditar, como essas águas são volumosas e cristalinas. Fluindo, sempre, no seu caminho, imenso.
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
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