quarta-feira, 12 de setembro de 2018

ÁGUAS
O Circuito da águas do Brasil

Afonso Fonseca, psicólogo.

Este não é um ensaio especializado. É um ensaio escrito por um leigo. Com impressões de um leigo.

O circuito das águas do Brasil parece ter duas fontes monumentais e telúricas.

O Oceano Atlântico, auxiliado pelos ventos alísios; e os paredões dos Andes; mediado pela floresta amazônica.

E o degelo sagrado das neves dos Andes, igualmente mediado pela floresta amazônica.

A floresta suga água do Atlântico, sob a forma de vapor. Vapor que chega até os Andes, de Leste a Oeste. choca-se com os paredões. E cai sob a forma de chuva.

E, depois de alimentar a floresta, novamente evapora, e vai, com as águas da Amazônia evaporadas, constituir os Rios Voadores. Volumes imensos de água que, sob a forma de vapor, fluem de Norte, para o Sul do Brasil. E vão contribuir com o regime de chuvas do Centro do Brasil, do Sul, e do Centro-Sul.

A água flui, descendo de Norte para Sul, pelos fantásticos rios voadores da Amazônia.

A água, também flui, subterrânea de Norte para Sul.

Subterrânea, percorrendo, sob a terra, paralela aos rios voadores.

Pontos chave deste trajeto subterrâneo das águas: a Floresta Amazônica, naturalmente; as águas subterrâneas da Chapada das Mesas, em Carolina, no Maranhão; o Jalapão, no tocantins. E, o grande tributário, o Aquífero Guaraní.

Vale observar, que as águas percorrem um caminho milenar, do Mar ancestral do Brasil Central. Que ia do Amazonas ao Rio da Prata. Ocupando o interior do Brasil Central. Com a elevação dos Andes, as águas desse mar monumentalmente fluíram para o Atlântico.

Depois de chegar ao Centro do Brasil,  com tanto oceano Atlântico litorâneo, ela se reparte e flui para todo lado, pelas principais bacias.

É como se houvesse um declive no sentido Setentrional-Meridional do Brasil. E Oeste-Leste. Oeste-noroeste.

Como se as águas fossem fluindo, por gravidade, até o Jalapão, no Tocantins.

Aí, elas esborram.

E constituem as principais bacias de superfície do Brasil.

A do Tocantins, que flui para o Norte, a do São Francisco, que vai pro Nordeste; a do Rio da Prata, que vai para o Sul; a do Parnaíba, que vai pro Norte, também.

Essas bacias nascem no Jalapão.

Generosas, as águas, ainda sobram para continuar o seu caminho descendente.

E vão compor as águas do Aquífero Guarani, o maior aquífero de água doce do mundo. Que se estende por terras do Sul, Centro Sul, e Centro-Oeste do Brasil. Atingindo terras subterrâneas argentinas, paraguayas e uruguayas.

Seria interessante estudos sobre as possíveis correlações entre as águas da Amazônia, da Chapada das Mesas, do Jalapão, e do Aquífero Guarani.

Daí, elas vão para o Atlântico. E, quem sabe um dia, voltarão a sua aventura amazônica.

Não dá para acreditar, como essas águas são volumosas e cristalinas. Fluindo, sempre, no seu caminho, imenso.